Aliar educação e saúde é estratégia de Curitiba para vencer analfabetismo

sexta-feira, 15 de maio de 2009


Publicação: 14/05/2009 10:45 Atualização: 14/05/2009 10:45
Curitiba - O aposentado Márcio Bueno, 66 anos, foi fazer uma consulta em um posto de saúde de Curitiba e viu um cartaz que informava sobre um curso de alfabetização para adultos. Ficou algum tempo parado diante do aviso, tentando juntar as letras e, ao mesmo tempo, disfarçar para que as outras pessoas não percebessem que era analfabeto.

Foi assim que ele descobriu o projeto Alfabetizando com Saúde, resultado de parceria entre as secretarias de Saúde e de Educação de Curitiba. Hoje, o aposentado tem orgulho de saber ler e de ter renovado a carteira de motorista, agora com o seu nome assinado em vez da marca do polegar.

“Quando tirei a carteira, há 40 anos, foi com os dedos. Eu trabalhava com caminhão, conhecia as placas, não precisava saber ler, bastava ter prática. Agora, no curso de reciclagem, eles me deram uma folha para preencher. Sofri bastante, suei muito, mas preeenchi todas as informações do formulário. Tem ideia do que isso significa?”.

O projeto da prefeitura da capital paranaense usa temática da saúde na alfabetização de adultos. A iniciativa que teve início em 2002 venceu no ano passado um prêmio internacional de alfabetização da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

O convite para participar do projeto é feito durante o atendimento no posto de saúde. Os agentes comunitários, que visitam casas de uma determinada região levando informações sobre saúde, também fazem o convite. Como apenas 4% da população de Curitiba é analfabeta, de acordo com dados da coordenação do projeto, o agente comunitário sabe onde esse público está.

Além de ensinar adultos a ler e escrever, a proposta tem o objetivo de ajudar a pessoa a cuidar da própria saúde. “O adulto só vai estudar aquilo que o atrair, ele vai porque quer tirar a carteira de motorista, ler a Bíblia, escrever carta. O nosso diferencial é a questão da saúde. Como ele tem alguma doença se interessa em estudar, até para melhorar a qualidade de vida”, explica a coordenadora do projeto Alfabetizando com Saúde, Marisa Marini Giacomini.

As aulas são realizadas nas unidades de saúde de Curitiba e mais de 2 mil pessoas já passaram pelo projeto. A metodologia utilizada é a do construtivismo, que procura problematizar os assuntos e evita tratar os temas apenas de forma expositiva.

Após a alfabetização, os alunos podem voltar para a escola, mas muitos preferem continuar no projeto.

“A vida agora nem se compara à de antes. Até para ir ao banheiro eu me atrapalhava, tinha que ter aquele bonequinho na porta. Hoje vou a todos os lugares sozinha, já sei ler o que está escrito na placa do ônibus. Fico sentada lá dentro lendo todas as placas que eu vejo”, conta a aposentada Bernadete de Sá, 64 anos, que participa do projeto desde 2008.

A coordenadora atribui o sucesso da iniciativa à simplicidade da ideia e ao trabalho conjunto das duas secretarias. O projeto diminuiu o número de internações por complicações de diabetes e hipertensão e aumentou a expectativa de vida dos alunos, segundo a Marisa.

Os bons resultados levaram a ideia para a África. Em 2005, o Alfabetizando com Saúde venceu uma seleção e foi implantado na região de Cabo Delgado, em Moçambique.

Uma equipe brasileira, em diversas visitas ao país, elaborou o material didático, capacitou 1,2 mil alfabetizadores e abriu novas salas de aula. “Havia pessoas que estudavam embaixo de árvores, a apostila era um dos únicos recursos que chegou à comunidade, não havia livros, lápis, cadernos”, lembra Marisa.

Programa na Bahia une alfabetização ao cotidiano de pescadores


Publicação: 14/05/2009 10:50 Atualização: 14/05/2009 13:45
Brasília - A mobilização de sindicatos, cooperativas e associações de pescadores é a estratégia do programa Pescando Letras que, em dois anos, alfabetizou 2 mil pescadores na Bahia. O programa é uma parceria do governo do estado com entidades e organizações da sociedade civil. A estratégia é usar o Registro Geral da Pesca, conhecido como carteirinha do pescador, para localizar os trabalhadores e atraí-los para a sala de aula.

A temática do projeto é voltada ao cotidiano dos pescadores. “O universo da pesca é muito rico. A gente faz um recorte trabalhando muito com os direitos e deveres do pescador, explicando o que é o período do defeso [época em que não se pesca para que os peixes possam se reproduzir], a questão da preservação do meio ambiente, do resgate do saber popular”, explica Rosângela Cerqueira, uma das pedagogas do projeto.

O curso tem dez horas semanais e dura entre seis e oito meses. Atualmente, há 400 turmas que atendem cerca de 6 mil pescadores distribuídos em 27 municípios. As aulas são realizadas em igrejas, casas e sindicatos, dependendo da cidade.

Uma das preocupações do projeto é levar em consideração as possibilidades dos pescadores, de acordo com a carga horária de trabalho.

“Dependendo da comunidade se respeita muito o período do defeso. É o tempo em que eles estão mais em terra e é nesse momento em que as aulas são mais fortemente aplicadas”, diz Rosângela.

A iniciativa surgiu de uma proposta de 2003 do Ministério da Educação, que foi implementada na Bahia em 2005. O programa começou no mesmo ano, como parceria entre a Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca (Seap) no estado e o Serviço Social da Indústria (Sesi).

Desde então novos parceiros entraram no projeto, como a Universidade Federal da Bahia (UFBA) e o Banco do Brasil. Em 2008 o governo do estado também se juntou ao programa, que agora faz parte do Todos pela Alfabetização no estado.

“Para eles [pescadores], ir para a alfabetização é um ganho muito grande, eles se sentem participantes da sociedade. Ao escrever o primeiro nome eles se sentem cidadãos”, aponta Ivana Barreto da Silva, uma das pedagogas do programa.

Vestibular: novo Enem será obrigatório

Exame terá de ser feito por todos os estudantes que terminarem o ensino médio em escolas públicas e servirá para avaliar alunos da educação de jovens e adultos. MEC quer adotar a medida já em 2010

Paloma Oliveto


Publicação: 15/05/2009 08:00 Atualização: 14/05/2009 23:10
A partir do próximo ano, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deverá ser obrigatório para alunos da rede pública, que só receberão o certificado de conclusão depois de fazer o teste. A prova, cuja adesão hoje é voluntária, servirá também para avaliar se os egressos da educação de jovens e adultos (EJA) têm condições de concluir a etapa de ensino. Atualmente, eles prestam outro tipo de teste para conseguir o diploma. A ideia de universalizar o Enem, prestado anualmente por 4 milhões de estudantes, o que corresponde a mais de 70% das matrículas no ensino médio, foi acertada ontem entre o ministro Fernando Haddad e a presidenta do Conselho Nacional dos Secretários de Educação (Consed), Maria Auxiliadora Seabra.

Segundo o ministro, o desafio agora é conseguir concretizar a medida já no próximo ano, tarefa a cargo do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Os técnicos devem estudar como garantir o transporte dos alunos aos locais de prova. Atualmente, o exame é realizado em apenas 1,6 mil municípios. “Não podemos tornar o exame obrigatório e, ao mesmo tempo, saber que o aluno não tem condições de fazer a prova”, justifica a presidenta do Consed.

O ministro também diz que o esquema de segurança precisa ser reforçado. “Mais do que a aferição do conhecimento do aluno, a prova pode representar o acesso dele à universidade, o que exige cuidados maiores com a segurança”, explica. A partir de outubro, a nota do teste será utilizada como forma de ingresso nas instituições federais que aderirem à proposta de substituição do vestibular apresentada pelo MEC. Haddad já enviou um ofício ao Ministério da Justiça solicitando reforço da Polícia Federal na fiscalização.

A obrigatoriedade do Enem será, em princípio, apenas para os alunos da rede pública. Para que a medida chegue às escolas privadas, é preciso uma avaliação dos conselhos estaduais de educação. Já os estudantes que concluírem a EJA terão de fazer o exame para receber o certificado de conclusão do ensino médio. Nesse caso, cada secretaria estadual vai definir a nota mínima para diplomar os estudantes.

Debate
Para Maria Auxiliadora, a universalização vai ajudar a provocar um debate nas escolas sobre a identidade do ensino médio. A presidente do Conselho Nacional de Educação, Clélia Brandão, concorda. “O exame para todos traz uma possibilidade maior de avaliação, pois os resultados não são só por amostragem. Assim como ocorre com a Prova Brasil (exame que mede o conhecimento em português e matemática dos alunos da 4ª e 8ª séries e do 3º ano), a escola será orientada em seu planejamento pedagógico”, diz. “Mas não significa que, sozinho, o Enem vai resolver os problemas do ensino médio. Uma prova tem várias limitações”, lembra.

O consultor especial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e professor da Universidade de Brasília (UnB) Célio da Cunha acha a proposta bem-vinda. “É uma boa proposta, sobretudo se os organizadores elaborarem uma prova de raciocínio, de processos mentais”, opina. A maneira como os conteúdos serão cobrados foi divulgada ontem pelo MEC e buscam colocar um fim no “decoreba” (leia abaixo).

Cunha, no entanto, ressalta que a avaliação não pode levar em conta apenas o desempenho do aluno, pois muitas vezes o estudante tem dificuldades porque o professor não está preparado para ensinar adequadamente. Essa também é a avaliação do presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Ismael Cardoso. “Somos a favor do Enem porque ele é mais analítico do que decorativo, mas permanece a orientação de avaliar o resultado somente do estudante. Se as notas são ruins, isso é resultado de problemas do processo educativo”, acredita. A entidade defende um exame nos moldes do Programa de Avaliação Seriada (PAS), da UnB, que testa o aluno do ensino médio a cada ano, e não só no fim da etapa. “Assim você pode tomar medidas antes que o estudante chegue ao 3º ano”, acredita.

>» Eu, Estudante: tire suas dúvidas sobre o novo Enem





Modelo divulgado

O Conselho Nacional dos Secretários de Educação (Consed) aprovou a matriz de referência do novo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que já está disponível para consulta na página do MEC na internet (www.mec.gov.br). A prova, marcada para outubro, será composta de uma redação e 200 questões, divididas em quatro áreas do conhecimento: linguagem e códigos, ciências da natureza, ciências humanas e matemática. Os itens elaborados terão de considerar as habilidades dos estudantes e sua capacidade de interpretação. As inscrições estão previstas para ocorrer entre 15 de junho e 17 de julho e devem custar R$ 35.

O novo Enem se propõe a reorientar o currículo do ensino médio, atualmente dividido em 12 disciplinas. Para a primeira edição, deste ano, as questões cobradas, embora tenham de seguir as orientações da matriz, levarão em conta a realidade atual das escolas de ensino médio. “No anexo da matriz, há os conteúdos atuais do ensino médio. Tanto a Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições

Federais de Ensino Superior) quanto o Consed entenderam que temos de partir do que existe em comum no país”, diz Haddad, referindo-se ao currículo das redes estaduais e ao conteúdo cobrado hoje nos vestibulares.

Inovação
Porém, com o tempo, o ministro acredita que o exame vai ajudar a modificar a grade curricular do ensino médio. “A maneira de abordar os conteúdos já implica um enxugamento (das disciplinas)”, diz. Além do novo Enem, um projeto em estudo no Conselho Nacional de Educação (CNE), apelidado de Ensino Médio Inovador, prevê mudanças na orientação curricular dessa etapa de ensino. Segundo a proposta, que deverá ser votada até a primeira semana de julho, as disciplinas clássicas deverão ser substituídas por áreas com abordagens interdisciplinares.

Uso do Enem como seleção para universidade gera estresse no aluno, diz educador



Publicação: 15/05/2009 11:25 Atualização: 15/05/2009 11:27
São Paulo - A mudança imediata do vestibular tradicional pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para a entrada na universidade está gerando estresse em alunos que, durante sua vida escolar, foram preparados para a seleção nos moldes atuais. A avaliação foi feita pelo idealizador e coordenador do Guia Enem, Carlos Piatto, durante o 16º Congresso Internacional de Educação, no Expo Center Norte, em São Paulo.

Segundo ele, o uso do Enem como prova de seleção para o ensino superior é uma tendência, já que isso consta dos documentos do projeto, mas ainda há necessidade de alterações devido ao que chamou de ingerência das universidades, que acabam por moldar o currículo de acordo com as exigências do vestibular.

“A necessidade de um exame diferente que trabalha com leitura, com a resolução de problemas, já existe. Seria um alívio para o aluno trabalhar de forma diferente daquela que trabalha. Essa insegurança é gerada em função do próprio tempo que o aluno tem para entender como isso vai acontecer”, disse.

Para Piatto, o Enem, como está planejado, não é suficiente para selecionar o aluno que entrará ou não na universidade, por isso a proposta de mudança e o aumento do número de questões são importantes. “Você não consegue comparar a nota de um Enem com os anos anteriores, então não dá para ver se o aluno que fez duas provas diferentes teve nota melhor ou pior porque as provas foram diferentes. A maneira como o Enem está estruturado não me parece suficiente para uma seletividade como é necessária em alguns cursos”, disse.

Piatto acredita que muitas das instituições utilizarão o Enem como primeira fase de seu processo seletivo para depois, na segunda etapa, realizar de fato a seletividade necessária em alguns cursos. “Em alguns lugares, já se notou que o aluno que entra na universidade por meio do vestibular seria o mesmo que entraria pelo Enem. Mas tem que se levar em conta que há diversas possibilidades, com vestibulares que contam com uma série de particularidades”.

Nesse caso, ele cita instituições que têm candidatos extremamente capacitados, para os quais a prova do Enem não seria suficiente em sua seleção. “Dificilmente um vestibular concorrido, como é o caso do ITA [o Instituto Tecnológico de Aeronáutica],poderia usar o Enem como única ferramenta de seleção”.

Na avaliação de Piatto, quem está preparado para o vestibular também está preparado para o Enem, mas o grande problema é que o aluno é condicionado a pensar de uma determinada maneira, porque pensa nas matérias de forma separada e procura resolver primeiro os exercícios das disciplinas de que mais gosta ou que sabe melhor. “Dentro da concepção do Enem, não existe essa classificação. E eu acredito que o aluno está muito mais preparado do que o Enem exige, às vezes. Só que de uma maneira diferente”.

O educador afirmou que o índice de analfabetismo de 9,9% em 2007, verificado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), e a queda de 0,4% ao ano dessa taxa aparecem no Enem, já que muitos alunos deixam de conseguir nota melhor porque a principal competência do exame é a leitura e a interpretação. “Esse aluno tem sérias dificuldades na sua formação, que o afetam. É um problema a ser trabalhado constantemente. O desenvolvimento dessa competência leitora é função de todos todos os professores, não só dos de língua portuguesa”.

Chuvas deixam 29 mil alunos sem aulas no Maranhão



Publicação: 15/05/2009 19:08 Atualização: 15/05/2009 20:19
Apesar de 29.136 alunos da rede pública estarem sem aulas há quase dois meses por conta das chuvas, o secretário de Educação do Maranhão, César Pires, anunciou hoje que estuda medidas para que o calendário escolar seja cumprido. As enchentes inundaram 19 escolas do Estado. Outras 37 foram transformadas em abrigos. "Determinamos que seja feito um levantamento da estrutura física dessas escolas e a nossa equipe está pronta para rever o calendário, mas todas essas ações dependem da estiagem das chuvas", afirmou Pires, em nota.

O Maranhão registra o maior número de cidades atingidas pelas chuvas no País: 88. O último balanço da Secretaria Nacional da Defesa Civil informou que há 63.166 pessoas desalojadas no Estados e 39.651 desabrigadas. Nove pessoas morreram em desastres decorrentes dos temporais.

Em todo o País os temporais já afetaram 1,3 milhão de pessoas e provocaram 44 mortes. Apenas no Ceará foram 15. Os Estados da Bahia e Alagoas registram sete, cada um. As outras seis ocorreram na Paraíba, em Sergipe, em Pernambuco e em Santa Catarina. Em 13 Estados, mais de 226 mil moradores obrigados a abandonar suas casas estão acomodados em residências de parentes e amigos. Outros 116 mil foram para abrigos públicos. No Ceará, segundo Estado com o maior número de municípios afetados pelas chuvas, 79, há 35.606 desalojados e 24.609 desabrigados. Já o Piauí tem 60.350 desalojados e 25.860 desabrigados

Programa Saúde na Escola vai promover atividades assistenciais no DF



Publicação: 15/05/2009 22:00 Atualização: 15/05/2009 19:46
Com a proposta de elaborar uma política integral de atenção à saúde para crianças e adolescentes do ensino fundamental as Secretarias de Saúde e Educação vão lançar na quinta-feira (21/5) o Programa Saúde na Escola (PSE).

O Programa vai promover atividades relacionadas à assistência, como avaliação nutricional, clínica e controle vacinal e atividades de promoção à saúde e prevenção de complicações, de acordo com o perfil apresentado pelas crianças. O Centro de Ensino Fundamental 301 do Recanto das Emas foi escolhido para dar início a implantação do programa.

O Distrito Federal terá participação no PSE com 26 escolas, sendo que as ações de saúde desses estabelecimentos de ensino serão de responsabilidades dos Centros de Saúde desse área de abrangência.

O lançamento acontece na Universidade Paulista na 913 Sul às 8h e terá a participação de representantes do Ministério da Educação. Técnicos do GDF mostrarão como será a implantação do Programa nas Escolas no Distrito Federal no âmbito da Secretaria de Saúde.

Cheias deixam 300 mil alunos sem aula no Amazonas

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Publicação: 12/05/2009 14:35 Atualização: 12/05/2009 14:50
Manaus - Aproximadamente 300 mil estudantes do Amazonas estão com as aulas suspensas por causa das enchentes. De acordo com a Secretaria Estadual de Educação (Seduc/AM), o ano letivo está comprometido em vários municípios e a decisão de interromper as atividades escolares foi tomada visando a garantir a segurança dos alunos. Parte das escolas ficou submersa e vias que dão acesso às instituições de ensino foram completamente inundadas. Algumas unidades de ensino tiveram que ser cedidas às prefeituras para servir de abrigo à população.

Em algumas cidades, a suspensão das aulas teve início na segunda quinzena de abril. Por isso, o ano letivo de 2009 nas escolas dessas cidades poderá se estender até fevereiro do próximo ano.

Os municípios de Careiro da Várzea, Itacoatiara, Canutama e Urucurituba estão entre os mais afetados pela suspensão parcial ou total das aulas. Hoje (12) Parintins, a 369 quilômetros de Manaus, também teve que interromper as aulas por causa das alagações. Depois de Manaus, a cidade detém a maior rede de escolas e o maior número de estudantes (18.080) do sistema público de ensino do Amazonas. Em Anamã e Barreirinha, quase 7 mil alunos ficaram prejudicados e toda a rede de escolar está paralisada nos dois municípios.

Até junho, período de inverno amazônico, a chuva deve fazer parte da rotina das cidades da região. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a previsão para esta terça-feira é de tempo nublado a encoberto com chuva para os estados do Amazonas, Pará, de Rondônia, além do sul de Roraima e oeste do Tocantins. Nas demais áreas, devem ocorrer nebulosidade variável com pancadas de chuvas isoladas.

Escolas recebem doações de livros sobre Darwin

Da Redação


Publicação: 12/05/2009 21:08 Atualização: 12/05/2009 21:09

As escolas públicas de ensino fundamental do Distrito Federal recebem, nesta quarta-feira (13/5), livros sobre a vida do inglês Charles Darwin, criador da teoria evolutiva da seleção natural. O livro Charles Darwin, em um futuro não tão distante é organizado pelos pesquisadores Maria Isabel Landim e Cristiano Moreira, do Museu de Zoologia de São Paulo.

A doação será feita pelo Instituto Sangari, juntamente com o lançamento do livro em Brasília, que ocorrerá amanhã (13/5), às 20 horas, no Museu Nacional. O lançamento faz parte da comemoração dos 200 anos do nascimento do cientista.

Escolas recebem doações de livros sobre Darwin

Da Redação


Publicação: 12/05/2009 21:08 Atualização: 12/05/2009 21:09

As escolas públicas de ensino fundamental do Distrito Federal recebem, nesta quarta-feira (13/5), livros sobre a vida do inglês Charles Darwin, criador da teoria evolutiva da seleção natural. O livro Charles Darwin, em um futuro não tão distante é organizado pelos pesquisadores Maria Isabel Landim e Cristiano Moreira, do Museu de Zoologia de São Paulo.

A doação será feita pelo Instituto Sangari, juntamente com o lançamento do livro em Brasília, que ocorrerá amanhã (13/5), às 20 horas, no Museu Nacional. O lançamento faz parte da comemoração dos 200 anos do nascimento do cientista.

Alunos ficam sem aula após tiroteio na porta de escola em São Sebastião



Publicação: 12/05/2009 22:05 Atualização: 12/05/2009 21:12
Mais de mil alunos foram dispensados das aulas nesta terça-feira (12/5) depois que dois homens atiraram em um rapaz na porta da Escola Classe 303, em São Sebastião. Rangel Nunes da Silva, 20 anos, é irmão de um aluno e foi atingido por três disparos. Por causa dos disparos, ocorridos no momento em que os alunos chegavam à escola, as aulas foram suspensas. A Secretaria de Educação informou que as aulas ocorrerão normalmente na quarta-feira, mas com reforço de policiamento na porta da escola, que já assistiu outros dois tiroteios somente neste mês.

Metas de redução do analfabetismo serão cumpridas, diz MEC


Publicação: 12/05/2009 16:00 Atualização: 12/05/2009 16:18
O Ministério da Educação (MEC) garante que o Brasil vai cumprir até 2015 o Acordo de Dacar, estabelecido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), que prevê a redução da taxa de analfabetismo dos atuais 10% para 6,7% até 2015. A análise foi feita pelo secretário de Alfabetização e Diversidade do MEC, André Lázaro, após a publicação de série de matérias sobre o assunto pela Agência Brasil.

De acordo com Lázaro, nos últimos anos a taxa de analfabetismo vem caindo em média, 0,55% ao ano. Nesse ritmo, chegaremos a 2015 com 5,6%, abaixo do determinado pela Unesco, calcula o secretário.

O ministério defende que o país tem as condições necessárias para alcançar as metas de alfabetização. Uma das estratégias importantes para atingir esse objetivo, na avaliação do secretário, é o acordo firmado entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os governadores das regiões Norte e Nordeste para a erradicação do problema.

As duas regiões têm as piores taxas de analfabetismo do país e neste ano concentram 80% das turmas do Brasil Alfabetizado, programa do governo federal que dá apoio técnico e financeiro para que estados e municípios criem turmas voltadas a jovens e adultos.

Hoje nós temos 1, 6 mil turmas do Brasil Alfabetizado cadastra.

Cotas para universidade podem chegar a 60% das vagas

Agência Estado



Publicação: 13/05/2009 08:37 Atualização: 13/05/2009 08:45
Um projeto aprovado na Câmara que reserva 10% das vagas nas escolas públicas para deficientes físicos deve chegar ao Senado ainda nesta semana. Somados aos 50% de cotas nos critérios sociais e raciais de outro projeto já em discussão chega-se a 60% das vagas para cotistas, o que está na raiz das discussões no Congresso e na sociedade.

Presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) é contrário aos 60%. “Isso é um vexame, a morte do mérito. Sugiro um máximo de 30% e somente social, destinados aos mais pobres, sem definição de raça”.

Militante histórico do movimento negro, o Frei David Raimundo dos Santos, diretor-geral do Educafro, rede de cursinhos para adolescentes pobres em São Paulo, rebate. “Esse número ainda é baixo. Se só 12% dos estudantes são formados em escolas particulares no ensino médio essa deveria ser a participação desse grupo, os outros 88% deveriam ser dos egressos de escolas públicas”, argumenta. Algumas entidades que estudam e gerenciam o ensino federal também têm restrições ao porcentual e à questão racial.

O presidente da Associação Nacional dos Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), Amaro Henrique Pessoa Lins, afirmou considerar 60% para cotas exagerado. “A questão é mais social, de pobreza, do que racial e o mérito precisa ser reconhecido”, justifica.

O presidente do Instituto de Pesquisas Avançadas em Educação (Ipae), João Roberto Moreira Alves, também é contrário às cotas. Por sua vez, o reitor da Universidade Zumbi dos Palmares, José Vicente, é favorável. "As universidades, custeadas com recursos públicos, e o governo precisam criar formas de inclusão dos setores historicamente excluídos da sociedade”.

Novo vestibular já recebeu a adesão de 25 universidades federais


Publicação: 09/05/2009 11:20 Atualização: 09/05/2009 11:20
Pelo menos 25 das 55 universidades federais vão aderir ao novo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em substituição total ou parcial aos seus vestibulares tradicionais, segundo levantamento realizado pela Agência Brasil.

O prazo inicial definido pela Secretaria de Ensino Superior para que as instituições definissem suas adesões terminou ontem (8). Mas o ministro da Educação, Fernando Haddad, disse que as discussões devem se estender até o fim de maio.

Durante o mês de abril, o ministro da Educação participou de diversas reuniões com os reitores das instituições e com o comitê de governança responsável pela criação do novo modelo.

A proposta apresentada pelo MEC no fim de março era de que o Enem substituísse os vestibulares em todas as universidades federais. Como as instituições têm autonomia para organizar seus processo seletivos, o projeto foi levado à comunidade acadêmica e aos conselhos. Muitas universidades continuam debatendo a proposta e ainda não têm um posicionamento.

Numa reunião com os governadores do Nordeste, Haddad disse que o número de universidades que já aderiram ao novo vestibular superou a previsão inicial do MEC. O ministério apresentou quatro opções de adesão às instituições. Elas poderão utilizar o Enem como prova única; como uma primeira fase, ficando a segunda à cargo da instituição; combinando a nota do Enem à do vestibular tradicional ou para seleção de estudantes para vagas remanescentes.

As provas do novo Enem estão marcadas para 3 e 4 de outubro. Os estudantes que quiserem se candidatar às vagas de uma das instituições participantes devem necessariamente participar do exame. Os prazos de inscrição ainda não foram divulgados pelo MEC.

Confira a lista das universidades que já confirmaram a adesão:
1. Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (FCSPA)
2. Universidade Federal do Pampa (Unipampa)
3. Universidade Federal do Rio Grande (FURG)
4. Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR)
5. Universidade Federal de Pelotas (UFPel)
6. Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)
7. Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio)
8. Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
9. Universidade Federal Fluminense (UFF)
10.Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)
11. Universidade Federal do ABC (UFABC)
12. Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM)
13. Universidade Federal de Alfenas (Unifal)
14. Universidade Federal de Itajubá(Unifei)
15. Universidade Federal de Uberlância (UFU)
16. Universidade Federal de Lavras (UFLA)
17. Universidade Federal de São João Del Rei (UFSJ)
18. Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS)
19. Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE)
20. Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf)
21. Universidade Federal do Piauí (UFPI)
22. Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA)
23. Universidade Federal do Maranhão (UFMA)
24. Universidade Federal da Bahia (UFBA)
25. Universidade Federal do Amazonas(UFAM)

Especialistas avaliam propostas pelo MEC para mudança no currículo do ensino médio



Publicação: 10/05/2009 12:19 Atualização: 10/05/2009 12:27

Depois de apresentar uma proposta para substituir os vestibulares tradicionais das universidades federais por um modelo unificado, o Ministério da Educação (MEC) entregou um projeto de reforma do currículo do ensino médio. A ideia é flexibilizar a organização da grade, permitir que o aluno possa escolher algumas das disciplinas, além de aumentar a carga horária e incluir atividades práticas na rotina escolar.

A pesquisadora e especialista em ensino médio, Ana Paula Corti, avalia que a ideia é interessante, mas não é nova. Segundo Ana Paula, a reforma curricular de 1998 já organizava o currículo em grandes áreas do conhecimento e previa algumas das medidas propostas pelo MEC. Mas o modelo não vingou porque não havia previsão de operacionalização.

“Uma reforma curricular não se faz só com uma carta de princípios pedagógicos, mas pensando na operacionalização disso, ou seja, como esses princípios se traduzem em uma organização escolar diferente da que temos hoje”, disse.

Na opinião da educadora, a atual proposta do MEC traz “linhas muito interessantes”, mas também não contempla ainda as questões práticas. Como o ensino médio é responsabilidade das redes estaduais de ensino, e não do ministério, ela defende que é necessário pensar nas condições que precisam ser dadas aos estados.

“Desde a década de 90 há a intenção de promover essa diversificação, mas isso não occorreu porque as condições práticas não foram dadas. Qualquer reforma que não pense nessa dimensão da realidade das redes escolares, não funciona. É preciso pensar em uma reforma real, para escolas reais que estão envolvidas em redes públicas reais”, afirmou.

Ela aponta que é preciso alterar a própria organização do sistema, desde a formação dos professores nas universidades até a contratação pela secretaria de educação. “Por exemplo: em tese, a LDB (Lei de Diretrizes e Bases) prevê a diversificação curricular, a escola poderia dar aula de teatro. Mas as escolas não tem professor de teatro, nem concurso público. Aí ela atribui aulas de português”, explicou.

Para o professor da Universidade de Brasília (UnB), Remi Castione, as propostas apresentadas pelo MEC são importantes porque colocam o ensino médio no foco das atenções. “Essas mudanças tendem a mudar o enfoque do ensino médio que nos últimos anos perdeu matrículas e tornou-se uma etapa desinteressante”, disse.

Ele avalia que o atual modelo, voltado à preparação dos alunos para vestibular, traz prejuízos à formação do jovem. “É uma discussão muito pobre no campo da educação. Por que o jovem vai aprender o que são as mitocôndrias? Aquilo tem muito pouco efeito prático na vida dele”, afirmou.

Castione avalia que o acordo entre o ministério e os estados deve partir primeiro da discussão do modelo de ensino médio que o país quer construir. Ele acredita que o papel indutor dessas mudanças deve ser do ministério. Mas para dar condições aos estados para mudar o cenário atual, Ana Paula aponta para a necessidade de incrementar o orçamento.

“O esforço do MEC terá de ser enorme, a pactuação com os estados precisam ser muito bem articulada. É preciso pensar no apoio técnico e também no financeiro condizente com uma porposta dessa envergadura”, disse.

Ela avalia ainda que os jovens devem ser convocados para participar da construção do novo modelo. “Você só constrói uma escola de qualidade se você consegue entender quais são os interesses que esse sujeitos estão vivendo. Qual educação interessa para ele? ”, afirmou.

CONTEÚDO RELACIONADO

Estudantes animam-se com possível flexibilização do currículo do ensino médio


Publicação: 10/05/2009 12:23 Atualização: 10/05/2009 12:28
A possibilidade de o aluno do ensino médio escolher parte das disciplinas que quer estudar, flexibilizando o currículo desta etapa, parece animar os estudantes secundaristas. A proposta foi apresentada na semana passada pelo Ministério da Educação (MEC). O projeto chamado de “ensino médio inovador ” está em discussão no Conselho Nacional de Educação (CNE), colegiado responsável por elaborar diretrizes curriculares.

A opinião da estudante Esther Arraes Drigati, que cura o 3° ano em um colégio particular de Brasília, resume o que pensam vários alunos do ensino médio. “A gente estuda muita coisa que não vai precisar”, diz. Pesquisas mostram que o atual modelo é desinteressante para os jovens, o que aumenta a evasão e diminui o tempo do brasileiro nos bancos escolares.

Além da possibilidade de o aluno escolher as disciplinas que complementam as básicas, está previsto que o atual modelo da grade curricular, dividido em 12 disciplinas tradicionais, seja dividido em eixos mais amplos como linguagens e ciências humanas. Outra mudança é o aumento da carga horária de 2,4 mil para 3 mil horas/ano e a inclusão de atividades práticas para complementar o aprendizado.

Para Rosa Lúcia Nascimento, professora de História de uma escola pública de Brasília, a possibilidade de um currículo flexível, montado a partir das prioridades do aluno é “fantástica”. “O ensino médio hoje ficou inserido como etapa conclusiva do ensino fundamental. Ele se torna desinteressante porque a gente não consegue aproximar os conteúdos da realidade deles”, avalia. Mas ela ressalta que é necessário investir na formação continuada dos professores para que o novo modelo dê certo.

Rebeca Oliveira Martins, aluno do 1° ano, acha que o novo modelo pode aumentar o interesse do aluno pela escola. “Desanima muito fazer as disciplinas que a gente não gosta”, diz. João Guilherme Machado, aluno do 3° ano, aposta que o novo modelo vai permitir uma formação mais voltada ao mercado. “Ao concentrar-se nas disciplinas de interesse, a escola pode gerar até um profissional mais focado”, aponta.

O projeto do MEC sugere ainda que programas de incentivo à leitura estejam previstos na nova organização pedagógica. Outra orientação é valorizar as atividades artísticas e culturais dentro do currículo. O CNE vai realizar audiências públicas para discutir o novo modelo de ensino médio. O processo deve ser concluído até julho. Depois dessa etapa, o ministério começará as negociações com os estados, já que o ensino médio é responsabilidade das redes estaduais.

Idade avançada é entrave para superar analfabetismo, apontam especialistas

terça-feira, 12 de maio de 2009



Publicação: 12/05/2009 10:22 Atualização: 12/05/2009 10:28
Brasília - A idade avançada do analfabeto brasileiro é apontada, tanto por especialistas como pelo governo, como um dos principais entraves para superar o problema. A idade média da parcela da população que não sabe ler e escrever é 54 anos. Se a taxa de analfabetismo no país hoje é de 10%, na faixa etária acima dos 65 anos o percentual sobe para 31%. Entre os brasileiros de 47 a 55 anos, o índice é quase o dobro da média nacional: 19,5%.

A professora da Universidade de São Paulo (USP) e especialista em educação de jovens e adultos Maria Clara Di Pierro afirma que a persistência do problema em idade avançada faz com que o ritmo da redução do analfabetismo continue muito lento.

“Nos grupos mais jovens o analfabetismo teve uma redução importante nas últimas décadas graças à expansão do acesso à escola pública. Mas é muito mais difícil eliminá-lo na medida em que você vai diminuindo os números, especialmente quando você chega a índices inferiores a 10% e a patamares residuais, abaixo de 5%”, analisa.

Para o pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) Marcelo Medeiros, as reduções recentes das taxas de analfabetismo ocorreram não porque os brasileiros mais velhos aprenderam a ler e a escrever, mas porque esses idosos morreram.

“A taxa de analfabetismo cai fundamentalmente entre os adultos por questões demográficas. Esse analfabetismo que foi criado no passado se mantém porque é muito difícil e caro educar adultos. Esse é um analfabetismo que é triste e sobre o qual a gente tem pouco poder de ação”, acrescenta.

Medeiros acredita que o próprio movimento demográfico vai ajudar a reduzir as taxas no futuro. “Os adultos analfabetos que foram produzidos no passado são em número muito maior do que a produção de analfabetos de hoje. Atualmente as crianças vão para a escola muito mais do que no passado, então naturalmente vai ocorrer uma queda sistemática da taxa de analfabetismo”, analisa.

Aos 88 anos, o aposentado José Rodrigues Reina, morador de São Paulo, contraria as estatísticas. Há um ano, ele voltou a estudar em uma turma de alfabetização da Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP) e garante que não lhe falta disposição para frequentar o curso.

Ainda criança, Reina começou a trabalhar nas lavouras de Santa Ernestina, no interior do estado, cidade em que, segundo ele, quase ninguém era alfabetizado. O aposentado conta que teve curiosidade de aprender a ler, mas o pai dele achava que “casa cheia de mantimento é melhor do que estudo”.

Ele chegou a estudar sozinho, escondido do pai. Conseguiu aprender algumas palavras que o ajudaram, quando chegou à capital paulista, em 1945, a pegar o bonde correto para chegar às fábricas em que trabalhou. Hoje é um dos alunos mais dedicados da turma. Não falta um dia, faz todas as tarefas de casa, e tem progredido bastante.

Mas, se José Reina tem disposição para continuar estudando, para muitos adultos que voltaram às salas de aula é difícil ter o mesmo comprometimento. O índice de evasão nas turmas de educação de jovens e adultos é sempre alto. Muitos deixam de frequentar os cursos porque não conseguem conciliar atividades cotidianas com os livros.

“Essa evasão tem fatores extraescolares e propriamente escolares sempre atuando em conjunto. Ele abandona a escola em função da saúde ou porque a filha arrumou um emprego e ele precisa cuidar do neto. Ou ainda porque arrumou um bico à noite, vários fatores influenciam”, diz a especialista Maria Clara.

A professora avalia que, mesmo com todas as dificuldades para estimular os adultos a aprender a ler e escrever, o problema do analfabetismo nessa parcela da população não pode ser ignorado.

“Essa lógica só da renovação demográfica, de esperar que os velhos morram, não é uma lógica do direito. É preciso pensar que a educação de adultos não é uma coisa que vai acabar depois de amanhã, e que, portanto, você tem que investir para ter estrutura, formar professores, ter qualidade, ter serviços que não sejam tão efêmeros como são as campanhas”.

O presidente da organização não governamental Ação Educativa, Sérgio Haddad, defende que é preciso pensar em estratégias específicas para atrair esse público que, em sua maioria, não tem mais a educação como uma prioridade.

“São pessoas que, de certa forma, não se submeteriam a um programa de alfabetização que não tivesse uma perspectiva de atender a sua necessidade de pessoa com mais de 50 anos. [É preciso criar] Programas com conteúdos do seu interesse, que eles vissem isso como uma necessidade, porque é um sacrifício para essas pessoas, depois de um dia de trabalho, passar por programas de escolarização que não têm uma imediata relação com a sua própria vida”, afirma.

MEC não consegue atrair professores formados para trabalhar em turmas de alfabetização



Publicação: 12/05/2009 10:54 Atualização: 12/05/2009 10:54
Brasília - A professora Ana Cristina Araújo fala com orgulho sobre seus alunos da turma de alfabetização. São donas de casa e trabalhadores que se reúnem todas as noites para o desafio de voltar à sala de aula. As dificuldades para motivar turmas de educação de jovens e adultos são muitas, mas ela não pensa em abandonar o trabalho que realiza há cinco anos. “A gente não está aqui pelo dinheiro, isso é o de menos. A conquista dos alunos é o gratificante”, conta.

Se sobra boa vontade à professora, falta formação. Ana Cláudia tem o ensino médio completo e já participou de alguns cursos de capacitação, mas espera um dia chegar ao ensino superior. Como ela, boa parte dos professores que trabalham em turmas de alfabetização não tem formação específica.

Para a especialista da Universidade de São Paulo (USP) Maria Clara Di Pierro, o fato de muitos alfabetizadores ainda terem uma formação básica compromete o processo de aprendizagem.

“Ensinar a ler e escrever não é uma tarefa que qualquer pessoa pode executar. Motivação, boa vontade e inserção na comunidade são atributos necessários, mas não são suficientes”, avalia.

Em 2007, ao anunciar mudanças no programa Brasil Alfabetizado, o Ministério da Educação (MEC) estabeleceu a meta de que pelo menos 75% dos alfabetizadores deveriam ser professores da rede municipal ou estadual.

Mas, segundo o secretário de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do MEC, André Lázaro, isso não vem sendo cumprido. Uma das justificativas apontadas por ele é o baixo valor da bolsa paga aos professores, de R$ 250 a R$ 275 mensais por turma.

“Não estamos conseguindo manter esse percentual. O valor da bolsa ainda é muito baixo, vamos ver se para frente é o caso de aumentar. Mas nós temos um projeto de capacitação de alfabetizadores na formação inicial e continuada. Essa é uma das nossas preocupações com o programa hoje”, afirma.

Maria Clara Di Pierro ressalta que a educação de jovens e adultos não ocupa o lugar que deveria nem mesmo nas faculdades de pedagogia das melhores instituições de ensino superior do país. “Mesmo nas universidades de ponta, a educação de adultos não está no currículo. E, quando existe, é uma disciplina optativa, como é aqui na USP, ainda marginal na formação. Você não tem um sistema de formação permanente e continuada nesse campo”, alerta.

Para o professor da Faculdade de Educação da Universidade Federal Fluminense (UFF) Osmar Fávero, as dificuldades comuns em uma turma de alfabetização podem ser potencializadas se não houver um profissional com formação adequada dentro da sala de aula.

“A maioria dos professores do Brasil Alfabetizado é voluntária. Você tem muito problema de material didático inadequado na mão de um professor que é mal preparado, que ganha pouco, que não tem um lugar adequado para trabalhar com um público cansado que trabalha o dia todo, não se pode esperar uma ação eficaz”, analisa.

Mãe invade escola em Belo Horizonte e bate em colega da filha

Publicação: 12/05/2009 12:05 Atualização: 12/05/2009 12:08

Cecília Kruel


A mãe de uma adolescente de 14 anos invadiu uma escola e agrediu uma colega desafeta da filha, na manhã desta terça-feira (12/5), no Bairro Vila Clóris, na Região Norte de Belo Horizonte.

Segundo a Polícia Militar, Rosane Patrícia Vieira, de 32 anos, resolveu fazer justiça com as próprias mãos. Ela invadiu a Escola Estadual Francisco Magalhães Gomes e agrediu com socos e chutes uma adolescente de 14 anos, com quem a filha tem desentendimentos constantes.

Os militares informaram que a jovem teve um corte da nuca e hematomas por todo o corpo, principalmente no rosto. Ela foi encaminhada ao Hospital Risoleta Tolentino Neves, mas já foi liberada. A mãe foi encaminhada à delegacia local e será indiciada por agressão.

Cheias deixam 300 mil alunos sem aula no Amazonas

Agência Brasil


Publicação: 12/05/2009 14:35 Atualização: 12/05/2009 14:50
Manaus - Aproximadamente 300 mil estudantes do Amazonas estão com as aulas suspensas por causa das enchentes. De acordo com a Secretaria Estadual de Educação (Seduc/AM), o ano letivo está comprometido em vários municípios e a decisão de interromper as atividades escolares foi tomada visando a garantir a segurança dos alunos. Parte das escolas ficou submersa e vias que dão acesso às instituições de ensino foram completamente inundadas. Algumas unidades de ensino tiveram que ser cedidas às prefeituras para servir de abrigo à população.

Em algumas cidades, a suspensão das aulas teve início na segunda quinzena de abril. Por isso, o ano letivo de 2009 nas escolas dessas cidades poderá se estender até fevereiro do próximo ano.

Os municípios de Careiro da Várzea, Itacoatiara, Canutama e Urucurituba estão entre os mais afetados pela suspensão parcial ou total das aulas. Hoje (12) Parintins, a 369 quilômetros de Manaus, também teve que interromper as aulas por causa das alagações. Depois de Manaus, a cidade detém a maior rede de escolas e o maior número de estudantes (18.080) do sistema público de ensino do Amazonas. Em Anamã e Barreirinha, quase 7 mil alunos ficaram prejudicados e toda a rede de escolar está paralisada nos dois municípios.

Até junho, período de inverno amazônico, a chuva deve fazer parte da rotina das cidades da região. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a previsão para esta terça-feira é de tempo nublado a encoberto com chuva para os estados do Amazonas, Pará, de Rondônia, além do sul de Roraima e oeste do Tocantins. Nas demais áreas, devem ocorrer nebulosidade variável com pancadas de chuvas isoladas.